Com baixo nível do Rio Piracicaba, tratamento de água fica mais lento e Americana tem abastecimento afetado
14/10/2024
(Foto: Reprodução) Segundo o DAE, tratamento está mais lento e o serviço pode registrar intermitência. Autarquia diz que o cenário é pior que o registrado em 2014. IMAGEM DE ARQUIVO: Estação de captação de água de Americana (SP) no Rio Piracicaba
Gustavo Gomiero
O Departamento de Águas e Esgoto (Dae) de Americana (SP) informou nesta segunda-feira (14) que o baixo nível do Rio Piracicaba no ponto de captação está prejudicando o abastecimento de água em algumas regiões do município.
De acordo com o Dae, o cenário ocorre diante da estiagem severa dos últimos meses e é pior que o registrado em 2014.
Por conta da baixa vazão, o tratamento de água tem levado mais tempo nos últimos dias, o que leva à intermitência do serviço. Como consequência, no domingo (13), foram afetadas as regiões da Praia Azul, Chácara Letônia, Parque Novo Mundo, Cidade Jardim e Jardim Ipiranga.
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Segundo a autarquia, a Prefeitura acionou o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado (DAEE) solicitando apoio a fim de amenizar os problemas causados pela falta de chuva. Uma equipe do DAEE deve ser enviada à cidade nesta segunda para analisar a situação e apresentar alternativas.
Americana também destaca que tem mantido contato constante com a ARES-PCJ (Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e o Consórcio PCJ, que têm monitorado o cenário hídrico de toda a região.
O g1 pediu um posicionamento ao DAEE sobre o assunto.
Abastecimento prejudicado
O Dae afirma que está trabalhando na capacidade máxima para que os níveis de qualidade sejam mantidos.
Os filtros utilizados para o tratamento estão sendo lavados cinco vezes mais que o normal, utilizando grande quantidade de água para este processo.
Segundo o superintendente Marcos Eduardo Morelli, os 16 filtros que antes era limpo cerca de quatro vezes por dia, agora passam pelo procedimento 20 vezes. Entenda:
Com a baixa vazão, o rio acumula esgoto e a água não dilui como deveria. O tratamento se torna mais difícil e lento;
A água captada passa por um sistema de dióxido, carvão ativado e decantadores que separam as impurezas. Porém, há acumulo de areia e os filtros ficam sujos;
Os técnicos precisam interromper o processo para limpar os filtros. Além do tempo gasto, muita água é usada no processo.
Segundo os técnicos é necessário que a população faça uso consciente da água, evitando lavar calçadas e carros, até que as chuvas voltem a ocorrer em volume suficiente para elevar o nível do rio, como detalha Morelli.
"Tem que pensar no consumo social, sustentável. Não pode esquecer que a água um bem finito, limitado e de uso comum. Cada vez mais eu tenho mais pessoas que eu preciso dividir essa água. O uso consciente, o uso ambientalmente correto da água, só vai trazer benefício para todo mundo"
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